A paralisação de vigilantes no estado do Rio de Janeiro pode ser encerrada na próxima segunda-feira (18), com a mediação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O movimento iniciado em 23 de março na cidade de Campos dos Goytacazes não obteve avanços nas negociações com o sindicato patronal, que entrou com pedido de dissídio coletivo judicial na Justiça do Trabalho no início da semana. A audiência de conciliação, a segunda em seis dias, ocorre na sede do ministério na capital no início da tarde de segunda.
O Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Rio de Janeiro (Sindesp-RJ) alega que há intransigência da parte dos representantes da categoria na negociação. A Federação Estadual dos Vigilantes mantém a reivindicação de 10% de acima da inflação, ante proposta de 1,5%, além de aumentos no auxílio-refeição e no adicional de risco.
De acordo com Fernando Bandeira, presidente da Federação e do Sindicato dos Vigilantes da cidade do Rio de Janeiro, nos anos anteriores, o reajuste concedido foi de pelo menos 3% de aumento real. Ainda segundo ele, 20% dos trabalhadores deverão continuar trabalhando para manter serviços básicos, mas o atendimento em agências bancárias permanece afetado.
Diversas agências bancárias deixaram de atender o público na quinta-feira (14), no centro do Rio de Janeiro. No estado, chegam a 300 agências fechadas. A paralisação atinge ainda parte do serviço em repartições públicas, hospitais e aeroportos.
Solidariedade
Segundo Ronald Carvalhosa, diretor de Imprensa do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, a categoria está solidária aos vigilantes que, apesar de trabalharem nas agências bancárias, são funcionários de empresas terceirizadas. "Os vigilantes são uma das categorias mais exploradas do setor de serviço", critica.
Ele menciona os baixos rendimentos, falta de treinamento adequado e condições ruins de trabalho, associadas, no caso dos bancos, a detectores de metal mal calibrados que geram revolta dos clientes. "Se, por economia, um banco instala um equipamento de pior qualidade ou sem ajustes necessários, o cliente se irrita por ter de tirar do bolso celular, guarda-chuva, chaves. E as vítimas da intolerância do cliente são justamente os vigilantes", pontua.
"Nossa luta é para que se 'desterceirize', para garantir os mesmos direitos que têm os bancários", defende Carvalhosa. Isso garantiria jornada de seis horas, em vez de oito, e piso salarial mais alto.
O diretor explica que, nacionalmente, há uma sugestão de se unificar as data-bases de bancários e vigilantes. Enquanto os primeiros têm campanha salarial em 1º de setembro, os últimos lutam por reajustes em 1º de março. "As duas categorias teriam a ganhar com isso", defende.
Fonte: Brasil Atual
até breve
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