quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ministro da Educação pode mudar ‘kit anti-homofobia’


Após ameaça de deputados evangélicos, MEC afirma que o material será revisado.
Rio - A polêmica envolvendo o chamado ‘kit anti-homofobia’ para estudantes do Ensino Médio da rede pública ganhou ontem novo capítulo. O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que o kit (com vídeos sobre transexualidade, bissexualidade e meninas lésbicas) ainda não foi aprovado pelo ministério (MEC) e pode ser alterado.

No Rio, o prefeito Eduardo Paes lançou ontem série de medidas contra a homofobia. Entre as ações, estão a criação de site para difundir os direitos dos homossexuais, a assinatura de portaria que combate o bullying homofóbico em repartições públicas e a criação de selo para estabelecimentos comerciais que orientam funcionários sobre os direitos dos gays.

HADDAD TIRA MEC DO ALVO

Chamado às pressas para conter os ânimos da Frente Parlamentar Evangélica da Câmara de Deputados, em Brasília, que ameaçou não votar nada até o material ser recolhido, Haddad negou que parte do material recebido pelos 74 deputados e divulgado como parte do kit tenha saído do MEC. O conteúdo incluiria cenas de sexo.

“Esses livros ensinam inclusive a fazer sexo anal. Não se vota nada enquanto não se recolher esse absurdo”, disse na terça o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), vice-presidente da Frente Evangélica. Em seu blog, ele afirma que um dos vídeos “estimula práticas homossexuais”.

Segundo Haddad, o kit chegou ao MEC na terça e será submetido à comissão de publicação do órgão. Serão ouvidos secretários estaduais e municipais, além de deputados da bancada evangélica, católica e da frente parlamentar de defesa da família.

BOLSONARO: MAIS CRÍTICA

Mas os parlamentares já teriam em mãos cartilhas que têm símbolo do MEC e trariam ilustrações com cenas de sexo entre dois homens. O ministro atribuiu a divulgação apressada do kit à empresa que o está produzindo.
Em audiência sobre segurança pública na Câmara, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) voltou a criticar o kit. Ele disse estar “se lixando” para o PSOL, que entrou com representação contra ele após discussão com a senadora do partido Marinor Brito (PA) por conta da cartilha. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, pediu a Bolsonaro respeito aos homossexuais.

‘Críticos não leram o livro’

O ministro da Educação afirmou ontem que o governo não recolherá o livro ‘Por uma Vida Melhor’, que admite como correto o Português sem concordância. Após encontro na Câmara de Deputados, Fernando Haddad defendeu a obra, argumentando que as críticas ao livro foram feitas por pessoas que não leram o material.

A editora Global, que publicou o livro, divulgou texto, em defesa da obra, da especialista em Educação Vera Masagão Ribeiro. “Os autores não estão se furtando a ensinar a norma culta, apenas indicam que existem outras variedades diferentes dessa. A abordagem é adequada”, diz um trecho. Na obra, os alunos aprendem que podem usar expressões populares como ‘nós pega o peixe’.

Fonte: O Dia

até breve

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