quarta-feira, 20 de julho de 2011

Produção de leite do Rio de Janeiro dá um salto de produtividade


Meta proposta para o estado é de um bilhão de litros de leite por ano em 2015.

A produção leiteira do Estado do Rio, depois de décadas de estagnação, alcança índices elevados em todas as regiões fluminenses. A meta proposta pelo Governo do Estado é alcançar um bilhão de litros de leite por ano em 2015. De uma produção de apenas 460 milhões de litros em 2006, o setor já deu um salto para 600 milhões, aumentando cada vez mais sua participação no mercado consumidor fluminense que tem 16 milhões de pessoas.

A perspectiva de um crescimento ainda maior nos próximos anos comprova o acerto das políticas de incentivo adotadas pela Secretaria de Agricultura para o setor leiteiro. Graças ao apoio do governador Sérgio Cabral, a secretaria reduziu a zero a carga tributária das indústrias, manteve o incentivo ao produtor no pagamento mensal do leite e, ao mesmo tempo, permitiu que toda a cadeia produtiva se beneficiasse com a transferência de créditos de ICMS até a ponta do consumo, incluindo os supermercados.

– Isso fez com que a chamada Nota Rio, nota fiscal emitida por indústria do Estado do Rio, despertasse o interesse das redes de supermercados de comercializar o leite produzido no estado. As marcas fluminenses puderam ser oferecidas a preços inferiores aos de outros estados – acrescentou o secretário de Agricultura, Christino Áureo.

Estado atrai cada vez mais indústrias lácteas- O resultado foi um aumento do consumo estadual de leite e derivados e, numa relação de causa e efeito, uma crescente atração de novas indústrias de todos os portes para o território fluminense. A Nestlé, maior empresa de alimentos do mundo, iniciou a construção em Três Rios, no Centro-Sul Fluminense, de uma terceira fábrica no estado. A Bom Gosto adquiriu a planta industrial da Nestlé, em Barra Mansa, no Médio Paraíba. E a Parmalat, adquirida pelo grupo GP, está ampliando a fábrica em Itaperuna, na Região Noroeste Fluminense, município que também recebeu a Laticínios Marília, cuja inauguração será no início do segundo semestre.

– Diversos outros laticínios estão sendo ampliados, inclusive apoiados por outro programa do governo estadual, o Prosperar, voltado para a agroindústria familiar. Temos uma vasta lista de indústrias lácteas já instaladas e outras em fase de implantação no estado, em complementação às cooperativas – relatou Áureo.

Outro fator de crescimento é a atuação das cooperativas de produtores leiteiros. O segmento ganhou novo ânimo com a aprovação na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) de leis que, ao lado de decretos e resoluções do Governo do Estado, permitiram a liberação para cooperativas e associações, ainda este ano, de R$ 60 milhões em créditos de ICMS retidos e de outros créditos decorrentes da desoneração da cadeia produtiva em 2009.

Rio Genética financia melhoramento da produção leiteira- Melhorar a produtividade do rebanho foi outra estratégia da secretaria. O Rio Genética é hoje, segundo Áureo, o maior programa estadual de melhoramento genético do país. Através de feiras, financiou mais de cinco mil animais em 2010 e a perspectiva é dobrar este número este ano, além financiar também sêmen e embriões.

– Faremos do Estado do Rio de Janeiro uma referência na genética leiteira – projetou o secretário.

A secretaria tem outro programa com o mesmo objetivo: o Rio Leite. Ele possui dentro da Emater-Rio e da Pesagro vertentes técnicas e de pesquisa agropecuária que trabalham a capacitação do produtor e a melhoria das condições de produção e alimentação animal.

A disseminação desses conhecimentos se dá através da série de encontros chamados Rio Leite com produtores, realizados periodicamente em uma região do estado. O último aconteceu esta semana em Resende, no Sul Fluminense, e os próximos serão dia 11 de agosto em Guapimirim, na Baixada, e, no dia 25 do mesmo mês, em São Sebastião do Alto, na Região Serrana. Nessas ocasiões, o foco será prioritariamente o resultado gerencial, uma das principais vertentes do programa.

Além disso, em 2012, a série deverá ser realizada também em fazendas onde a atividade leiteira é bem-sucedida. O formato vai ser replicado em todas as regiões fluminenses como uma forma, segundo Áureo, de os produtores conhecerem práticas gerenciais de sucesso, verificarem a importância da capacitação daqueles que se dedicam ao setor e como a medida gera resultados financeiros positivos.

Pastejo Rotacionado consegue até triplicar a produção- E até no âmbito do Rio Rural, programa que procura melhorar a qualidade de vida no campo de forma sustentável, a secretaria incentiva a produção leiteira, através do projeto Pastejo Rotacionado. Com recursos do Banco Mundial, ele beneficia produtores familiares de 48 microbacias hidrográficas dos municípios do Norte/Noroeste fluminense.

Após um ano da implantação, algumas propriedades dobraram e até triplicaram a produção leiteira, como são os casos de uma pequena fazenda da microbacia do Brejo da Piedade, em Quissamã, no Norte Fluminense, no primeiro caso, e de um sítio situado na microbacia Ouro, em Porciúncula, no Noroeste do estado.

O pastejo rotacionado é uma alternativa sustentável à pastagem tradicional (extensiva), reduzindo a área necessária para o gado se alimentar. Como os animais mudam de local diariamente, a forrageira ganha tempo para se recuperar antes do próximo pastejo. Ao mesmo tempo, mantém o gado afastado das áreas de cultivo e de preservação (rios, nascentes e florestas). Guedes de Freitas/Secom.

Fonte: Fator Brasil

até breve

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