terça-feira, 5 de outubro de 2010

HIV: ‘pílula do dia seguinte’


Governo recomenda uso de coquetel contra Aids em caso de sexo acidental sem proteção.

O uso do coquetel contra a Aids como ‘pílula do dia seguinte’ contra a doença foi ampliado pelo Ministério da Saúde. Documento divulgado ontem recomenda a médicos que ofereçam os remédios como ‘prevenção emergencial’ para quem fez sexo sem camisinha com portadores do vírus, profissionais do sexo, viciados em drogas e gays.

Se tomados até 72 horas após a transmissão do HIV, os antirretrovirais podem bloquear a replicação do vírus dentro das células, impedindo que ele se multiplique e que ocorra a contaminação. Hoje, antirretrovirais são usados como prevenção de emergência em hospitais para reduzir o risco de infecção, mas apenas para vítimas de violência sexual ou em caso de acidentes.

O novo texto indica o uso em situações como, por exemplo, quando a camisinha se rompe ou sai durante a relação, ou quando um dos parceiros não sabe se tem o vírus.

Em dezembro de 2009, a série de reportagens ‘O Amor nos Tempos da Aids’, publicada em O DIA, mostrou o drama de casais sorodiscordantes — quando um dos parceiros tem HIV e o outro, não. Na ocasião, o Ministério da Saúde disse que estudava a medida agora adotada.

Segundo o ministério, o procedimento não é indicado para quem tem o hábito de ter relações sem camisinha, e quem procurar os serviços de emergência mais de uma vez não deverá ter acesso ao benefício. “O uso de antirretrovirais é estratégia complementar à de prevenção, que continua tendo como base o uso de preservativos”, diz o assessor técnico do Departamento de DST/Aids do ministério, Ronaldo Hallal. Ele não acredita que a medida fará com que as pessoas, ao saber da possibilidade do uso de remédios, deixem de usar camisinha. “Há uma consciência de que remédios contra Aids trazem efeitos colaterais. Essa profilaxia também não se limita a um remédio, durante um dia. É um tratamento de 28 dias”, diz.

O novo texto também traz recomendações para soropositivos que desejam ter filhos. A ideia é esclarecer casais sobre as metodologias existentes para reduzir o risco de contaminação do bebê. No Rio, informações sobre tratamento anti-HIV podem ser obtidas no tel. 3523-4025.

Fonte: O Dia

até breve

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