domingo, 20 de junho de 2010

Viagra perde a patente e vai ganhar concorrente genérico


Em dez dias, deve chegar às farmácias a primeira cópia do Viagra, a famosa pílula azul do laboratório Pfizer usada para tratar a disfunção erétil. Além de provocar uma guerra de preços, a chegada dos concorrentes deve fazer com que o mercado e o número de consumidores cresça – nas previsões mais modestas, o consumo do Viagra e de suas cópias deve dobrar.

A patente do medicamento expira neste domingo (20). Já na segunda-feira, as cópias do Viagra começarão a ser fabricadas pelo laboratório Ems, o único que até agora conseguiu a licença da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar a produção.

O laboratório obteve oito licenças da agência, sendo quatro para genéricos e quatro para similares (entenda a diferença entre genéricos e similares). A Anvisa avalia outros nove pedidos de cinco empresas que também pretendem fabricar a cópia do Viagra. Os laboratórios Eurofarma, Teuto e Biosintética (que pertence ao Aché) são alguns que já estão investindo para entrar nesse mercado.

Para enfrentar essa concorrência, há dez dias a Pfizer cortou o preço do Viagra pela metade, fazendo o valor médio da pílula cair para R$15. Com isso, já houve um aumento de 50% nas vendas, de acordo com o diretor da Unidade de Negócios Produtos Estabelecidos da Pfizer, Adilson Montaneira.

– Essa é a primeira de uma série de estratégias que vamos realizar para manter o produto competitivo no mercado.

Ainda assim, o laboratório prevê uma diminuição nas vendas assim que as cópias chegarem ao mercado.

Com a produção de similares e de genéricos do Viagra, a Pfizer vai concorrer com um mercado que cresce 20% ao ano, segundo Odnir Finotti, presidente da Pró-Genéricos, associação que representa a indústria de medicamentos genéricos.

- No início deste ano, a previsão de crescimento [do mercado de genéricos] era de 25%, mas acreditamos que podemos alcançar 30%.

Por lei, o medicamento genérico deve ser, no mínimo, 35% mais barato que o remédio de referência (no caso, o Viagra). A Ems, que inicialmente será única concorrente da Pfizer, mas ainda não divulgou a que valor vai vender seus produtos, é um dos principais fabricantes de genéricos do país. Com faturamento em torno de R$ 2,45 bilhões em 2009, o laboratório possui duas fábricas e 4.500 funcionários.

Segundo o vice-presidente de mercado da EMS, Waldir Eschberger Júnior, foram necessários três anos de pesquisa e investimentos de R$ 20 milhões para viabilizar a fabricação do genérico do Viagra.

Já a Pfizer, que faturou R$ 3,3 bilhões no Brasil em 2009, possui três fábricas por aqui e conta com 3.500 funcionários. Como não terá mais a exclusividade sobre o Viagra, o objetivo do laboratório agora é atrair os consumidores que utilizam outros medicamentos para tratar a disfunção erétil. O principal concorrente do Viagra e líder do mercado brasileiro, o Cialis, do laboratório Eli Lilly, já avisou que não vai baixar os preços. A pílula do Cialis custa entre R$ 37 e R$ 40,50.

Segundo Montaneira, da Pfizer, esse mercado vai se expandir fortemente, devendo crescer de duas a três vezes.

– Queremos continuar capturando os consumidores, com uma rentabilidade menor, mas com um volume maior.

O mercado do Viagra é reprimido no Brasil, de acordo com Finotti, “porque o custo é muito alto”.

- A expectativa mais conservadora é a de que vão dobrar as vendas no primeiro ano. Muitas pessoas vão começar a questionar se precisam tomar outro medicamento [para disfunção erétil] quando já existe a opção do genérico do Viagra.

Diante desse cenário, o executivo da Ems afirma que a vantagem é de quem chega primeiro às farmácias.

- Quem sai na frente sempre acaba liderando as vendas.

Finotti confirma essa previsão

- Ser o primeiro é mais importante do que ser o maior, porque pode conquistar a percepção do consumidor antes dos concorrentes. Mesmo assim, há uma competição grande e o mercado vai acabar se dividindo.
Fonte: ClickPB
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até breve

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