segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Reintegração de posse em Macaé deixa famílias na chuva


No dia 17, o acampamento do MST na Fazenda Bom Jardim no distrito de Córrego do Ouro, município de Macaé-RJ passou por um dia tenso. Cerca de 180 famílias (250 pessoas) que estavam acampadas na área que tem cerca de 1650 hectares entre mulheres, grávidas, senhoras, homens, jovens, idosos e crianças cumpriram ordem de despejo emitida pela Juíza Federal de Macaé Angelina de Siqueira Costa.


A orientação da Juíza à Polícia Federal era que as famílias fossem retiradas imediatamente. O impasse só foi resolvido quando a Igreja Católica de Macaé se propôs a receber as famílias por alguns dias. Já a prefeitura da cidade não permitiu que mulheres e crianças dormissem no Parque de Exposições da localidade naquela noite.

Os mais de 250 agentes da PF e PM davam de 10 a 30 minutos para as famílias retirarem todos os seus pertences e desmontarem suas moradias, sob ameaça de uma retroescavadeira destruir as moradias ou de incendiarem os pertences. Os moradores foram colocados na carroceria das caminhonetes e transportadas até a saída da fazenda, sem saber para onde seriam encaminhados.

A área já foi avaliada pelo Incra e há mais de dois anos é considerada improdutiva. No dia 2 de setembro, o Presidente Lula assinou o decreto de interesse na desapropriação, respaldando a decisão do Incra e a posição do MST em cobrar a reforma agrária daquelas terras. “Existe a avaliação do Incra, existe o decreto do Presidente da República e agora vem a juíza descumprir, e tomar uma decisão a favor do fazendeiro. Mas não vamos resistir, não queremos conflito”, declarou um coordenador do acampamento.

O latifúndio improdutivo é de propriedade da Campos Difusora LTDA empresa de Rádio e TV do Norte Fluminense que tem como um dos sócios o arrendatário da fazenda José Antônio Barbosa Lemos, ex-prefeito em município do Norte Fluminense, ex-parlamentar estadual.

No início da noite, a chuva chegou de vez. Os pertences das famílias foram encaminhados para o Parque de Exposições de Córrego do Ouro. O espaço, de responsabilidade da Prefeitura de Macaé foi inaugurado em 2010 e somente utilizado por uma semana no mês de setembro. Após a chegada da Guarda Municipal, apenas as pessoas que estavam no interior do parque junto aos pertences puderam permanecer enquanto as negociações desenrolavam.

Na noite de sexta feira (19) as famílias se encaminharam para outra localidade e desocuparam o pátio e as dependências da Igreja, após uma faxina final. “Fizemos a nossa parte de acolher aquelas famílias que foram negadas por todas as estruturas de governo. Crianças, idosos e gestantes não poderiam dormir na rua de forma alguma. Não temos o melhor espaço, mas somos solidários ao desespero e a luta das famílias por terra e justiça social” declarou Padre Mauro.

Com informações da Comissão de Direitos Humanos Câmara Municipal de Macaé

Fonte: Vermelho

até breve

2 comentários:

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Meu Deus! Que venha tudo ä Luz! Que nada fique encoberto.

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Mesmo que a gente sofra, passe vergonha. Que venha tudo tudo tudo à luz e haja cura, justiça e Verdade nos governos do Brasil. A começar de Campos, Rio de Janeiro e por aí vai... que tem muitas cidades sendo curadas. E isso não é brincadeira não.