quinta-feira, 24 de março de 2011

Campos, cidade no norte do RJ, é a primeira a introduzir a vacina contra hepatite A no calendário de imunização


Lançamento oficial da vacinação em crianças entre 12 a 24 meses será sábado (26), com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Sanofi Pasteur fornecerá as doses para esta campanha.

Conhecida como pólo petrolífero, a cidade de Campos dos Goyatacazes, no norte do Estado do Rio de Janeiro, será o primeiro município brasileiro a incorporar a vacina contra hepatite A no calendário pediátrico de imunização. No sábado (26), haverá o lançamento oficial desta campanha, no Centro de Saúde de Guarus “Dr. Henrique Oliveira”, que pretende imunizar todas as crianças do município entre 12 e 24 meses. A solenidade contará com a presença da prefeita Rosinha Garotinho e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

O secretário municipal de Saúde, Paulo Hirano, ressalta que Campos possui um dos maiores programas de vacinação do País, tendo já incluído a vacina pneumo-13 valente para menores de um ano e contra o HPV, para meninas entre 11 a 15 anos.

“Com a inclusão da vacina contra hepatite A vamos ampliar a proteção à saúde de nossas crianças e atender às recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)”, comemora o diretor de Epidemiologia e superintendente de Saúde Coletiva da Secretaria Municipal de Saúde de Campos, Charbell Miguel Haddad Kury.

Embora seja menos grave que a hepatite B, a hepatite A é a maior responsável por transplantes de fígado em menores de 15 anos. De transmissão fecal-oral, a infecção pode ser adquirida através da ingestão de alimentos e água contaminados ou pelo contato com pessoas infectadas, mesmo quando assintomáticas. Por isso, muitas vezes, é difícil identificar a fonte da infecção principalmente em creches. A eliminação dos vírus nas fezes é maior e mais prolongada em lactentes jovens.

“Quando você vacina a criança menor de dois anos, reduz a circulação do vírus e protege os grupos não-vacinados”, explica a pediatra Lucia Bricks, doutora em Medicina pela USP e diretora de Saúde Pública da Sanofi Pasteur, a divisão de vacinas do grupo Sanofi-Aventis, fornecedora das doses para esta imunização.

Hepatite A
A vacina contra hepatite A integra os calendários de vacinação de Israel, Estados Unidos e Argentina. Desde 2006, o Comitê Técnico de Imunizações do Ministério da Saúde recomendou sua inclusão no calendário de imunização, adotando postura semelhante à SBP e à SBIm. “As vacinas contra a hepatite A são efetivas e seguras”, afirma Lucia Bricks.

A distribuição dos casos de hepatite A no território nacional é heterogênea, embora a Organização Mundial da Saúde classifique o Brasil como um país de alta endemicidade, com a incidência anual de 130 novos casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Com a melhoria das condições de saneamento nos grandes centros urbanos, as crianças e adolescentes estão chegando à idade adulta sem ter contato com o vírus, quando a doença se manifesta de forma mais grave.

Com mais de 400 mil habitantes, a cidade de Campos registra entre 30 a 40 casos de hepatite A por ano, sendo considerada área de média endemicidade da doença. “Entretanto existe muita subnotificação“, afirma Charbell Miguel Haddad Kury.

Os principais sintomas da doença são coloração amarelada dos olhos e da pele (icterícia), febre, náuseas e vômitos. Nas crianças menores de cinco anos, a infecção pelo vírus da hepatite A raramente produz os sintomas típicos. Mesmo assim pode evoluir com complicações. Em adolescentes e adultos, mais de 70% dos infectados têm os sintomas, e quanto maior a idade, maiores as chances de complicações. Em menores de 18 anos, doença dura em média um mês, enquanto nos adultos, a evolução costuma ser mais demorada. Entre 10 a 20% dos casos demandam internações por conta de complicações como mal-estar e desidratação.

Também na fase adulta, é mais comum a doença se manifestar de outras formas, como a hepatite colestática, que perdura de dois a seis meses e provoca intensa coloração amarelada na pele e olhos, além de muita coceira e fezes brancas. De todas as formas, a mais grave é a hepatite fulminante, que provoca a falência do fígado e pode levar à morte 2% de adultos acima de 40 anos e 0,1% abaixo desta idade. Uma tentativa de prolongar a vida do paciente é o transplante de fígado, um procedimento de alto custo e também associado a altas taxas de letalidade.

Fonte: bagarai

até breve

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