sábado, 26 de março de 2011

Conversa de botequim: “Essa tal de ficha limpa”!


Impressionante como tudo passa no crivo dos botecos. Neles encontramos de tudo, mas principalmente médicos e cientistas políticos.

Todo mundo sabe de alguma coisa, todo mundo já viu alguma coisa ou pelo menos conhece quem já viu. Inacreditável!

Hoje pela manha me rendia a um chopp gelado, pois ninguém é de ferro! Em pleno Parque Centro, uns “etilistas”, como eu, além de apreciar a bebida servida por Vicente – proprietário do Prove & Leve, bar do shopping – também conjecturavam sobre a votação da Ficha Limpa!

Impressionante como todos estão interados do assunto! Parecem que, ou estavam presentes na votação, ou até mesmo votaram!

E olha que o grupo era formado de pessoas que deveriam ter instrução. Nele encontrava-se médico, dentista, funcionários da Petrobrás, comerciantes locais, advogados, e até mesmo políticos “de faz de conta”, entre outros, que não consegui decifrar suas profissões.

Inicialmente esqueceram dos Desembargadores, e por todo tempo esqueceram dos argumentos legais que embasaram a votação.

Ouvi muitas coisas, como por exemplo que havia dedo de Eike Batista – esse agora paga o pato por tudo - , alem, é claro, que outros estavam envolvidos: Kassab, Arnaldo Viana, Silvio Santos, Jader Barbalho, entre outros. Uma miscelânea de informações esdrúxulas!

Mas uma, diante de todas, me chamou atenção.

Um advogado, que a meu ver, tem um certo conceito dentro da classe, e, até mesmos, entre a nossa “sociedade”, levantou uma questão, onde o mesmo deu a resolução:

- Essa tal de ficha limpa teve seu objetivo alcançado. Era para inibir alguns políticos e conseguiu. Alguém tem dúvida?

Muitos, como eu, ficaram em silêncio. Procuraram seus copos para mais um gole, outros levaram seu cigarro a boca, enquanto que outros, ainda, apenas olharam para o causídico, não se atrevendo a dizer uma só palavra.

O nobre causídico demonstrava saber do que estava falando. Afinal é pessoa, como já dissera, influente. Mas também evidenciava que já passara da conta, e, somente depois de suas explanações, tive a informação que o mesmo estava para lá do décimo chopp.

Mas o homem continuou com sua exposição:

- Meus queridos, ta na cara... Aqui em Campos mesmo aconteceu isso. Teve gente que era candidato forte, mas não fez campanha. Teve gente que queria a cadeira do executivo estadual e se contentou com a câmara dos deputados!

Mais uma vez o silêncio reinou. Porém, agora, os olhares se cruzavam, dando um certo crédito ao companheiro patrono.

Estávamos certo que mais coisas poderiam fluir daquele intelecto. E essas tais coisas não agradariam a todos, principalmente aos dois asseclas políticos, que se puseram a pedir suas contas ao garçom. Foi ato contínuo!

O ambiente ficou tenso. Outros assuntos foram usados para desconstituir o clima.

A mesa, agora, era composta por umas dez pessoas.

Outra rodada de chopp, e mais umas fumaças de cigarro como tira-gosto!

Mas tem gente que é “espírito de porco”!

Um outro advogado, que também compunha a mesa, trouxe o assunto de novo à baila:

- Doutor, tenho-o como um expoente. Afinal os caminhos que ainda hei de percorrer o Senhor já trilhou com maestria!

Uma massagem no ego para que o companheiro de profissão se rendesse a sua solicitação.

O advogado mais novo continuou:

- E olha que todos aqui têm pelo Senhor o mesmo apreço que eu! E, sendo assim, gostaríamos que o senhor continuasse com sua visão acerca do que realmente aconteceu com “essa tal de ficha limpa”?


O mais velho olhou para o outro lado da mesa - que na verdade eram 3 – e não se conteve:

- Sei que já bebi um pouco mais da conta... mas isso não quer dizer que não saiba o que estou falando! Esse dois ai tem que comer muito “feijão com arroz”, e é por isso que eles foram embora. Quanto a você meu querido que está doido para ouvir o que tenho para falar, vai ouvir. Mas não pense que eu não estou entendendo suas verdadeiras intenções. Já estou “de 6 prá meia-noite”! Mais um amigo, menos um... mais um porre, menos um... mais um mico, menos um... pra mim tanto faz!

O experiente advogado mostrou a todos que não estava blasfemando, ou se estivesse, estava pronto para arcar com suas conseqüências! Pelo menos foi essa a impressão que tive.

E ele continuou:

- É tudo muito simples, as eleições já acabaram. Dilma venceu e Cabral também. Este último não pode se reeleger. Lula quer voltar e o PT concorda. Assim, é mais cômodo manter ex-governadores, ex!

Um comerciante local entrou na conversa:

- Me desculpe, Doutor, mas não entendi? Não foi Cabral que indicou o Fux? (uma intimidade que me causou espanto! rsrsrsrs)

E o Doutor respondeu:

- Sim!!! Você não está errado não meu amigo! O problema é que tem mais gente por traz disso. Não seria, nem é, salutar para aquela “camarilha” uma lei tão severa, onde todos, ou quase todos, tem seus processos sendo arrastados pela Justiça, com agravos, e outros instrumentos jurídicos, para mantê-los entre o rol dos homens de nossa política!

Pegou o copo, deu mais um gole e completou:

- Ao que tange a nossa situação é simples. Estando no Congresso restará pouco tempo para palpitar na administração do Estado, e por conseguinte não poderá continuar a instrumentalizar a administração de nossa cidade. Poderá, sim, causar problemas maiores para a Presidente, mais é isso que o PT, e o Lula querem, como já disse. É isso aí companheiros... quem viver, verá! É tudo uma corja só!!! Por isso que não me envolvo com política. E querem saber de mais uma coisa: essa tal de ficha limpa, é só para inglês ver!


E nessas ultimas frases o Senhor sexagenário levantou e caminhou em direção ao banheiro. Ao sair do banheiro passou pelo caixa e retornou a mesa. Deu um adeus e olhou para o advogado mais novo e disse:

- Esqueça tudo que você ouviu aqui... você e os demais. Sou um velho bêbado falando besteira. Tudo que disse aqui é loucura minha. Concordam?!?!?!

Virou-se e foi embora.

Pedi mais um chopp e a minha conta.

Cheguei em casa almocei, e tirei um belíssimo sono!

Acordei com esse assunto na cabeça e me propus a postar.


Mas ficou uma coisa ainda martelando em minha cabeça: será tudo loucura e/ou embriaguez, realmente, do "velho"?

Eu juro que não sei...

E agora? Concordamos ou não?!?!?!

rsrsrsrs
Eu estou tentando tirar minhas conclusões, e você?

até breve

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