quinta-feira, 30 de junho de 2011

Porto do Açu: entre o público e o privado


Se o Brasil tivesse um dono, este poderia atender pelo nome de Eike Fuhrken Batista, filho do ex-presidente da ex-Companhia Vale do Rio Doce (hoje apenas Vale), Eliezer Batista. Apelidos e adjetivos não faltam a Batista, o filho. De um lado, o sucesso. Os milhões próprios e públicos. Na outra ponta, a sociedade, brigando sozinha, tendo de fazer atos e protestos para ser ouvida, mas assim mesmo os ouvidos públicos continuam moucos aos reclamos.

Por isso, causa pouca surpresa a notícia de que a OSX, empresa do setor naval offshore do Grupo EBX, recebeu a Licença de Instalação para sua Unidade de Construção Naval (UCN), que será instalada no Complexo Industrial do Superporto do Açu, no município de São João da Barra (Rio de Janeiro).

A propaganda na OSX nos informa que a UCN Açu será o maior estaleiro das Américas, gerará cerca de 14.000 empregos diretos, sendo 10.000 na fase de operação e os demais durante a fase de implantação. E na operação?

Ficamos sabendo ainda que a UCN Açu possui condições únicas de integração logística, eficiência operacional e sinergias industriais locais, em decorrência de sua localização no Complexo Industrial do Superporto do Açu.

Mas será que a situação está as mil maravilhas para quem está do outro lado do superporto do Açu e que não goza do dinheiro e do prestígio do filho pródigo Eike Batista?

Uma dica nos é dada por Alcimar das Chagas Ribeiro, economista, mestre e doutor em Engenharia de Produção e professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense.

“O fortalecimento do Movimento Social Nossa São João da Barra é essencial para dar voz à sociedade excluída, buscando um melhor equilíbrio de forças. A ideia é que mantido o contexto atual, as relações democráticas fluam na condição, comparativamente, a um jogo de futebol, onde o arbitro não mede esforços para apoiar o time mais forte, o que acaba levando o time mais fraco a uma extrema derrota e humilhação ao final da partida. Porém, respeitando o papel da empresa e a liberdade de mercado, o recurso utilizado para os negócios privados representa um bem comum (o mar), portanto a sociedade precisa ser compensada de acordo com o processo evolutivo da geração de riqueza no território, o que representa um paradoxo a condição anterior”.

Fonte: Portogente

até breve

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