sábado, 16 de abril de 2011

Saiba mais sobre a vida e a obra de Monteiro Lobato


Se hoje você encontra nas livrarias obras brasileiras feitas só para crianças, deve agradecer a Monteiro Lobato. Ele é considerado o "pai da literatura infantil". Antes dele, grande parte dos livros para criança era obra traduzida, escrita em outros países, ou escrita aqui mesmo, mas numa linguagem muito difícil para crianças.


Lobato nasceu em 18 de abril de 1882, em Taubaté (SP). Foi um menino criado em fazenda, sempre apaixonado pela escrita e pelo desenho.


Foi advogado, fazendeiro, diplomata, empresário e tradutor. Nas letras, fez traduções, escreveu crônicas, contos e ensaios. Colaborou em vários jornais e revistas e até abriu uma editora, a primeira do Brasil. Além de publicar alguns famosos da época, ele também dava força aos novos autores.


Na literatura infantil, estreou em 1920 com "A Menina do Narizinho Arrebitado". Fez sucesso e animou-se a criar mais histórias para a turma do Sítio, sua obra mais conhecida, somando mais de 20 títulos. Lobato trouxe para a literatura personagens da nossa cultura, como o Saci, e lendas como a da Iara. Também misturou elementos conhecidos da literatura, da mitologia grega, dos quadrinhos e do cinema.


Escreveu vários livros para adultos. Seu personagem mais famoso é o Jeca Tatu, um preguiçoso de primeira, bem diferente dos caipiras que tinham aparecido até então na nossa literatura.


Lobato era inquieto e, quando discordava de algo, defendia seu ponto de vista até o fim. Ele queria, por exemplo, a modernização do Brasil, a proteção do ambiente e a exploração de petróleo. Suas ideias não agradaram às empresas estrangeiras e ele acabou comprando briga com muita gente, até ser preso! Na época da ditadura de Getúlio Vargas, muitos livros de sua autoria foram queimados pelo governo e em algumas escolas.


Monteiro Lobato morreu em 1948, aos 66 anos de idade. E deixou publicados muitos livros para adultos e crianças, que continuam a passear por seu Sítio.


Avô-cometa


E como era Monteiro Lobato na intimidade?

Sua neta, Joyce Campos Kornbluh, 81, era uma das primeiras a ouvir as histórias que Lobato criava para as crianças. E até dava palpite em suas invencionices. Ela conta que foi dela a ideia de Emília, em "Reforma da Natureza", de colocar torneirinhas nas tetas das vacas. Sempre que ia à fazenda, Joyce achava complicado tirar leite desses animais.


Ela conta também que o avô sempre guardava balinhas no bolso. "Acho que ele tinha muitas formigas no bolso!", brinca Joyce. Por isso a menina adorava "fuçar nos bolsos do avô para achar uma balinha chamada rebuçado, de açúcar queimado". Suas lembranças estão no livro "Juca e Joyce - Memórias da Neta de Monteiro Lobato" (ed. Moderna; R$ 33,90), escrito por Marcia Camargos.


Como era o Lobato avô?

"Era um 'avô-cometa': estava sempre viajando e mudando. E virava um avô misterioso quando se trancava no escritório para escrever", explica a neta, que tem boas recordações sobre os tempos de menina que caçava borboletas com o avô.


Fonte: Folha.com


até breve

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