sexta-feira, 8 de abril de 2011


Opositores apontam suposta contradição do presidente, que pede fim da dependência, mas se interessa pelo petróleo.


Washington. O Comitê Nacional Republicano partiu para o ataque contra a precoce campanha à reeleição do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciada na última segunda-feira.


Entre as "vítimas" da ofensiva, está o Brasil e o interesse de Obama pelo petróleo da camada do pré-sal, apontado como uma contradição com suas promessas de reduzir a dependência dos americanos em petróleo estrangeiro.


Em um vídeo postado no YouTube, Obama aparece em fotos com a presidente Dilma Roussef, em sua recente visita ao Brasil, e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (e a tradicional camisa da seleção brasileira).


"O petróleo que vocês recentemente descobriram na costa do Brasil, nós queremos ser um de seus melhores clientes", narra o próprio Obama, em frases retiradas de seu discurso ao lado de Dilma em Brasília, em 19 de março. Na época, Obama disse ainda que os Estados Unidos vão compartilhar seu conhecimento e tecnologia com o Brasil para exploração das reservas.


As imagens são sobrepostas por um slogan de cores democratas com a frase "Obama pede bilhões para o petróleo brasileiro", título de um vídeo da rede Foxnews, conhecida por sua linha editorial alinhada aos ideais republicanos. Pouco antes, o narrador diz com ironia e sobre imagens de um brinde com taças de champanhe: "celebrando o fim da dependência em energia estrangeira".


O comercial escolhe, contudo, ignorar a mais recente citação do Brasil no discurso de Obama no qual estabeleceu a meta de cortar em um terço a importação de petróleo nos próximos dez anos.


Nele, Obama citou o Brasil como um exemplo do uso de biocombustíveis. "Se alguém duvida do potencial desse combustível, veja o Brasil. Mais da metade dos veículos no Brasil rodam com biocombustíveis", mencionou Obama.


Agressões

Este tipo de propaganda agressiva é muito comum na campanha eleitoral americana, que não poupa edições tendenciosas, associações e ironia para mostrar ao eleitor os perigos de votar em um candidato.


Sem um nome claro para concorrer com Obama, os republicanos parecem dispostos a usar todo o armamento disponível.


Neste mesmo anúncio de um minuto, a lista de contradições apontadas inclui as declarações de Obama de que não descansará (estrategicamente ilustradas com imagens de suas férias) e reuniões com personalidades importantes (com imagens de seu encontro com artistas como o ex-Beatle Paul McCartney e os Jonas Brothers).


Obama é criticado ainda pela "revolução" do método de gastar mais para cortar o déficit orçamentário, antes de aparecer montado em um unicórnio e deixando um rastro em forma de arco-íris. "Mais quatro anos", encerra o narrador, com certo tom de ameaça.


Entre os potenciais candidatos republicanos à Casa Branca está Sarah Palin, candidata a vice-presidente na chapa liderada por John McCain em 2008, quando Obama foi eleito. Ela é conhecida por suas polêmicas posições conservadoras. Outra aposta republicana é o ex-governador do Massachusetts Mitt Romney, que já tentou a candidatura em 2008.




até breve

Nenhum comentário: