sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Jornalista entrega bandeira do flamengo ao rival de Anderson Silva


Jornalista deixa o patriotismo de lado, entrega uma bandeira do Flamengo ao rival de Anderson Silva e inverte a torcida: "Agora só não pode perder para o corintiano".

Não existe a menor dúvida de que a luta entre o brasileiro Anderson Silva e o japonês Yushin Okami é a de maior apelo do UFC Rio, amanhã, na HSBC Arena. E ontem, após a coletiva oficial do evento, ela ganhou ainda mais notoriedade. Irritado com os mimos ao corintiano Spider, o jornalista flamenguista Rodrigo Mandarini deu as costas ao patriotismo e à profissão ao presentear o lutador estrangeiro com uma bandeira do time carioca. Para a surpresa de todos, Okami a beijou, declarou-se fã de Zico, torcedor do Flamengo e fez uma promessa: “Vou levar no dia da luta”.

Entusiasmado com a atitude do japonês, Rodrigo Mandarini tirou fotos e revelou ao Correio o que o motivou a tomar tal atitude. “Eu sempre ando com uma bandeira do Flamengo. Estou vendo todo mundo falando que o Corinthians é o maior time do Brasil por causa do Anderson Silva e falei para o Okami que não é. Entreguei a bandeira e disse a ele que agora sim teria a maior torcida do mundo ao seu lado.”

Ciente de que no Brasil a torcida estará toda ao lado dos brasileiros, mas que o futebol também tem falado alto no UFC Rio, Rodrigo Mandarini espera que seu presente sirva para dar força ao desafiante ao cinturão dos médios. “Sem essa bandeira o japonês não teria a menor chance contra o Anderson Silva. Agora só não pode perder para o corintiano”, brincou o fã.

Não por acaso, durante a coletiva o lutador brasileiro foi bombardeado de perguntas sobre o time de coração. Novamente com o discurso de que está realizando um sonho de criança ao representar o Corinthians no octógono, Spider chegou a dizer que os gritos de outros times não iriam surtir efeitos na hora do evento principal. “Acho que isso faz parte e é legal trazer o futebol para o universo do UFC. Eu fechei contrato com o Corinthians, o José Aldo tem sido sondado pelo Flamengo. É assim e é legal. Estamos conseguindo quebrar essas barreiras e todos torcem juntos”, desconversou Anderson Silva.

Fã do Galinho

Ele com certeza só não esperava que o adversário Okami usasse a maior torcida do Rio de Janeiro para rapidamente ganhar o carinho de alguns brasileiros. Logo na saída do hotel, na Zona Sul do Rio, muitos já diziam que iam torcer para o japonês levar o cinturão.

A tietagem declarada de Okami a Zico já tinha ocorrido na última segunda-feira. Em visita ao Centro de Treinamento do CFZ, ele foi apresentado ao Galinho. De acordo com o lutador, o encanto pelo craque dos gramados brasileiros começou assim que o ex-jogador da Gávea fez excelente trabalho no futebol japonês. “Sou fã dele desde a minha infância e aproveitei essa vinda ao Rio para concretizar o sonho de conhecê-lo”, disse Okami, em entrevista ao SporTV.

Sem estrelismo
Sem dúvidas o lutador que mais está em evidência no Rio, Anderson Silva descartou ser uma grande estrela no país a exemplo de Ayrton Senna e Pelé. “Estou longe disso. Não tem como comparar qualquer outro atleta a nomes como esses”, disse o Spider na entrevista coletiva.

Garoto-propaganda
Toda vez que fala, Anderson Silva surpreende por causa da voz fina. Aproveitando a característica do campeão da categoria médio, um dos patrocinadores do Spider resolveu brincar. A rede de fast food fez dois vídeos promocionais de um sanduíche aproveitando a situação. Em um deles, Anderson se depara com todos ao seu redor falando com a voz fina. No outro, o campeão é o astro de uma paródia do clipe da música Lovin’ You, da cantora Minnie Riperton. O slogan utilizado para descrever a novidade é: “Tão assustador que você afina”.

Sonnen é vetado
O polêmico lutador Chael Sonnen, desafeto do Brasil, não virá ao país após ter sido proibido pela marca Pretorian, que patrocina o UFC Rio e o próprio Yushin Okami. O japonês é companheiro de equipe de Sonnen. Famoso por provocar o país e os lutadores brasileiros, norte-americano disse que estaria no córner de Okami, mas desistiu para não atrapalhar o rival de Anderson Silva. “Estava tudo pronto para fecharmos o contrato, quando soubemos que o Sonnen seria córner do Okami. Nós avisamos que, caso ele viesse, o contrato estaria acabado”, disse o gestor de marketing da empresa,
Alexandre Bucci, em nota oficial.

Elogios do campeão
Campeão da primeira edição do UFC, o brasileiro Royce Gracie elogiou o crescimento da marca e do MMA e atribuiu o sucesso aos donos do evento. “Eles fazem um show espetacular”, destacou ele ao UOL, fazendo referência a Dana White, presidente do UFC,
e aos irmãos Lorenzo e Frank Fertitta. “No começo, os eventos eram mais fechados, mas, desde que eles tomaram conta, o crescimento foi muito grande”, acrescentou.

Saiba mais
Provocação à distância
No site do UFC, o norte-americano Chael Sonnen protagoniza mais um de seus vídeos provocando Anderson Silva. Derrotado pelo brasileiro no ano passado, ele fala sobre o duelo entre o campeão e Yushin Okami e dispara: “Você vai ter muito trabalho para convencer alguém razoável de que Anderson tem alguma chance nessa luta”. Segundo Sonnen, Anderson não queria enfrentar o japonês. “Okami foi o último cara a vencê-lo. Anderson evita ele há cinco anos. Ele tentou fugir dessa luta dizendo que Okami não era o desafiante número um”, provoca. Para encerrar, o norte-americano assegura que a vitória será de Okami e provoca o brasileiro mais uma vez. “Quem sabe como Okami vai ganhar? Quem se importa? O importante é que ele vai conseguir. Anderson é um mito e um lutador terrível.”

Quem acompanha MMA sabe que a música escolhida para entrar no octógono por cada lutador diz muito sobre a personalidade de cada um. A maioria deles opta por sons eletrônicos ou batidas pesadas. Afinal, é com elas que se sentem à vontade para se concentrar e não fugir em nada do contexto de treino.

Exatamente por isso o brasileiro Maurício Shogun repetirá pela quinta vez o som Sail. “É com essa música que me sinto bem”, explica. Embora possa parecer uma opção óbvia, escolher o som de identificação nem sempre é o que o atleta decide. No caso de Shogun, por exemplo, a ideia era homenagear o Brasil, mas acabou desistindo. “A gente até cogitou colocar uma música brasileira, algo especial para que o público se familiarizasse melhor. Mas o UFC não permite qualquer som e resolvemos não mexer com isso”, revelou o manager do lutador curitibano, Eduardo Alonso.

Mas da mesma forma que para alguns trocar o script de entrada pode afetar no rendimento dentro do octógono, para outros parece não fazer muita diferença. É o caso de Rodrigo Minotouro, que irá enfrentar o norte americano Brendan Schaub. Quando perguntado sobre o ritmo que iria usar no Brasil ele sorriu. “Nem sei ainda”, esquivou-se.

Um dos que mais atraía o público com as entradas em forma de show é o maior destaque do UFC Rio. Por muitos anos, Anderson Silva adentrava as arenas não só ao som, mas também caracterizado como o ídolo pop Michael Jackson.
até breve

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