domingo, 10 de abril de 2011

Economista teme corte ao crediário


O aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) sobre compras a prazo e empréstimos à pessa física não deverá ter efeitos reflexos imediatos na economia. A avaliação é do economista da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio-SP) Fábio Pina.


"Nós vamos ver mesmo efeito na segunda metade do ano", disse ele.


Pina teme que a medida tenha pouca força.


Segundo ele, o consumidor brasileiro leva mais em consideração o valor da prestação do que o tamanho da taxa de juros.


"Eu tenho até um pouco de medo de falar isso, porque a próxima ideia que eu acho que o governo vai adotar é começar a restringir o crediário via prazo", previu. Outro problema, na opinião do economista, é o fato de as medidas de combate a inflação estarem sendo anunciadas separadamente.


Sensação

Para Pina, isso passa uma sensação de insegurança para o mercado, como se as autoridades econômicas não soubessem exatamente como lidar com a situação. "De certa forma, o governo não fez a leitura mais adequada do que está acontecendo no cenário macroeconômico".


A solução para o problema só virá, segundo o especialista, quando o governo adotar o que chamou de "medidas de base", como "reforma fiscal, aumento de investimentos em infraestrutura e redução da carga tributária".


Apesar de serem medidas de longo prazo, Pina defende que, caso o governo sinalize comprometimento com essas reformas, o mercado tende a responder positivamente. "Se ele endereçar a solução de longo prazo, o mercado já antecipará isso.


" As novas medidas anunciadas pelo governo para restringir o acesso ao crédito terão um forte impacto no comércio varejista, mas não vão resolver o problema da inflação, acredita o presidente da Confederação Nacional dos Diretores Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior.


Segundo ele, se a justificativa for apenas o controle de preços, a medida será inócua. Pellizzaro Junior destacou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março (0,79%), divulgado na quinta-feira (7), foi mais pressionado por produtos e serviços "não afetos" à restrição de crédito, como alimentação, transporte e aluguel.


"Não acredito que isso vá servir como uma maneira de brecar essa pressão inflacionária que está acontecendo", enfatizou.


Na última quarta-feira, em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para operações de crédito de pessoa física passará de 1,5% para 3% ao ano, como forma de tentar frear a inflação.




até breve

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