quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Unificação de títulos nacionais vai sair do papel

Dossiê reivindicando o reconhecimento dos polêmicos títulos nacionais de 1959 a 1970 só espera a assinatura do presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Veredicto sai no máximo até amanhã.


O parecer sobre o pedido de unificação dos títulos nacionais a partir de 1959 já está nas mãos do presidente da CBF, Ricardo Teixeira. O dirigente pretende anunciar o resultado oficial hoje ou no máximo amanhã. O diretor de comunicação da entidade, Rodrigo Paiva, não revelou o conteúdo, mas admitiu que a tendência é de oficializar os campeonatos de 59 a 70 como Brasileiros. A provável unificação gera polêmicas, como dois campeões nacionais no mesmo ano, e abre alguns precedentes. Outros clubes veem brechas na iminente decisão.

Para os seis requerentes (Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Fluminense, Palmeiras e Santos), porém, um parecer positivo repara injustiças históricas. É o que argumenta o jornalista Odir Cunha, autor do dossiê de mais de 200 páginas apresentado à CBF. “Justamente no período de 1959 a 1970 o Brasil tinha os melhores times e jogadores do planeta. Negar que os vencedores da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa foram campeões brasileiros é negar a melhor fase da história do nosso futebol. Um país que organiza Copa do Mundo não poderia ser tão desleixado com sua história”, disse ao Correio.

A discreta reunião que marcou oficialmente o pontapé inicial do debate ocorreu na sede da entidade, em 10 de novembro. Estiveram na CBF dirigentes de Santos, clube que lidera a iniciativa, Botafogo e Cruzeiro. Todos saíram do encontro com a impressão de que conseguiram sensibilizar Ricardo Teixeira. A carta na manga foi a defesa de João Havelange, presidente de honra da Fifa e ex-mandatário da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), precursora da CBF. O dirigente apareceu em um vídeo de oito minutos, que contou também com depoimentos de Pelé e ídolos do passado.

A reportagem do Correio esteve na CBF no dia do encontro e conversou com os cartolas envolvidos no pedido. Eles são unânimes em argumentar que a Taça Brasil e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (no último ano com nome de Taça de Prata) davam ao vencedor o status de campeão brasileiro e o direito de representar o país na Libertadores.

Críticas
O principal alvo dos ataques é a Taça Brasil, competição que reunia os campeões regionais em caráter mata-mata, semelhante à atual Copa do Brasil. Paulistas e cariocas só entravam na fase final. Alguns clubes sagraram-se campeões disputando apenas quatro jogos: Palmeiras em 1960, Santos em 63 e 65 e Botafogo em 68. Outra polêmica é o fato de termos dois campeões em 67 e 68, quando a Taça Brasil e o Robertão foram disputados simultaneamente.

Precedentes
A provável unificação atiçou a cobiça de clubes que não serão beneficiados. A Portuguesa já solicitou estudos para tentar comprovar que as conquistas de 1952 e 1955 no Rio-São Paulo merecem ser “nacionalizadas”. Em 1920, a antiga Federação Brasileira de Football promoveu um torneio com os campeões gaúcho (Brasil-RS), carioca (Fluminense) e paulista (Paulistano), dando ao time de São Paulo, já extinto. Há outros casos como o Torneio dos Campeões de 1937 vencido pelo Atlético-MG, e o Torneio do Povo, em 71, 72 e 73 conquistado por Flamengo, Coritiba e Corinthians.

Estatísticas e curiosidades

Santos e Palmeiras liderariam novo ranking
Com a provável unificação das taças, Santos e Palmeiras tornam-se octacampeões, ultrapassando o rival São Paulo, que tem seis títulos nacionais. Em entrevista ao Correio há uma semana, Rodrigo Paiva informou que nem todos os títulos pleiteados podem ser reconhecidos como nacionais. A expectativa no Rio, contudo, é de que a oficialização seja completa.

As principais peças do dossiê

Aval de João Havelange
Presidente da Confederação Brasileira de Desportos na época, Havelange é personagem fundamental no projeto de unificação dos títulos a partir de 1959. Após o encontro em novembro, quando o dossiê foi entregue, Rodrigo Paiva destacou a importância da participação do veterano dirigente no pedido. Atual presidente de honra da Fifa, ele defendeu a unificação num vídeo apresentado à CBF. O dossiê mostra uma entrevista de Havelange na edição de 25 de outubro de 1958 da revista Manchete Esportiva, em que o dirigente explica que a Taça Brasil fora criada para eleger o campeão nacional. Com o título de “Taça Brasil, a nova revolução de Havelange”, a matéria ganhou duas páginas.

Testemunhos da imprensa
O dossiê apresentou uma série de manchetes e de matérias da época com o propósito de mostrar que os jornais tratavam o vencedor desses campeonatos como campeões brasileiros. “Imprensa, a testemunha mais importante”, diz o documento. Na edição de 1º de abril de 1969, O Globo destacou o título do Bahia sobre o Santos: “Bahia, primeiro campeão do Brasil de todos os tempos, um título único e inédito de uma importância sem igual”.

Escrita por Armando Nogueira, a reportagem do Jornal do Brasil de 8 de dezembro de 1966 exaltou o Cruzeiro, campeão da Taça Brasil daquele ano sobre o Peixe: “O campo enlameado do Pacaembu consagrou, ontem à noite, o grande campeão do Brasil, o Cruzeiro de Tostão, Dirceu Lopes, Natal e Raul, isso para citar apenas quatro jogadores de uma das melhores equipes que o futebol brasileiro já viu nascer e crescer”. No mesmo dia, o Estado de Minas realçou o “triunfo épico do futebol mineiro” com a conquista do “maior troféu do futebol nacional” pelo Cruzeiro.

Era de ouro do futebol
Os requerentes alegam que países com histórias menos vitoriosas no futebol reconhecem seus campeões desde os primórdios do século 20, enquanto o Brasil conta seus vencedores a partir de 1971, ignorando o que o dossiê classificou como “época de ouro”. O documento destaca que a Seleção Brasileira ganhou três das quatro Copas do Mundo disputadas entre 1958 e 1970.

Fonte: Super Esportes

Como flamenguista... nada a declarar!

ate breve

Um comentário:

Fredão disse...

Ja ta definido !!!!

TRICAMPEÃÃÃÃOOOOOOOO !!!!

Abraços