domingo, 12 de dezembro de 2010

Cidades médias na dianteira: municípios com população de 100 mil a 500 mil foram os que mais cresceram

A economia brasileira se rende ao potencial das cidades médias, que têm de 100 mil a 500 mil habitantes. Na última década, a participação no Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) desses municípios passou de 25,5%, em 1999, para 28,0% em 2008. Foi o maior avanço entre os diferentes portes de município. Desse mapa, fazem parte cidades como as fluminenses Campos de Goytacazes e Macaé. Já as grandes cidades, com mais de 500 mil habitantes, perderam espaço na geração de renda do país, encolhendo a participação de 44,7% para 41,8% no período.

Ainda assim, apenas seis municípios - São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Manaus - respondem por quase 25% do PIB do Brasil. Esse é um dos retratos revelados na pesquisa do IBGE que calcula o PIB dos municípios, incluindo tudo o que se produz de bens e serviços nas 5.564 cidades do país.

- As chamadas cidades médias apresentam um crescimento sustentado e contínuo nesses dez anos. E esse movimento ajuda a diminuir a alta concentração da geração de renda do país, cujas capitais respondem por 33,9% do PIB - disse Sheila Zani, coordenadora do levantamento do IBGE, acrescentando que, no outro extremo, a renda gerada por 1.313 municípios somam apenas 1% do total da riqueza nacional.

Segundo José Cezar Castanhar, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), as cidades médias conseguem atrair novos investimentos ao criar estímulos fiscais, ter custos menores e imóveis mais baratos.

- Os dados confirmam que o eixo da economia sai dos grandes centros para ocupar as cidades que não são tão pequenas e ainda têm infraestrutura. Ajuda o fato de o país ter empreendedores em todas as regiões - disse Castanhar, ressaltando que o mercado interno em expansão também estimula o crescimento dessas cidades.

As maiores rendas per capita (o PIB local dividido pelo tamanho da população), contudo, estão em cidades com baixa densidade demográfica. Isso porque, disse Sheila, "nem toda a renda gerada é apropriada pela população". É o caso da pequena São Francisco do Conde, na Bahia, que abriga a segunda maior refinaria em capacidade instalada de refino do país, a Landulpho Alves. O PIB per capita da cidade é de R$ 288.370,81 - bem acima da média nacional de R$ 15.989,75. E ainda Porto Real (R$ 203.561,86), no Rio, com a indústria automobilística.

- Nem toda a renda fica no município - enfatizou ela.

Fonte: O Globo

até breve

Nenhum comentário: